domingo, 16 de agosto de 2009

AXL, Walter Benjamin e o futuro da indústria fonográfica

Eu sei, o Ex gordinho, atual predador (Versão Albina), AXL merece descanso, mas é impossível não comentar a última notícia envolvendo o astro decadente. A pérola da vez, diz respeito a Kevin Cogill. Para quem não sabe, ele foi o blogueiro responsável pela divulgação (ilegal) do Chinese Democracy, mesmo antes do lançamento oficial do CD. A sentença: dois meses de prisão domiciliar...Agora vem a pergunta. Pra quê? Penalizar um internauta não vai acabar com as transferências de arquivos via internet. A grande indústria fonográfica ainda dá os primeiros passos rumo à modernidade. O cinema, por exemplo, começou a reagir aumentando a qualidade das exibições nas telonas e aprimorando as tecnologias de filmes em 3D. Bons exemplos são as animações recentes, que apresentaram grande avanço no 3D e filmes como Batman- O Cavaleiro das Trevas que aprimorou o uso do I-MAX. A televisão já colhe os louros do advento da TV digital e promete até retomar o seu lugar ao sol desbancando a internet. Esses caras já descobriram o que fazer para conquistar a geração “ponto com”. Enquanto isso vemos a indústria fonográfica insistir no modelo falido de divulgação dos cds. Os poucos lampejos de esperança vem de grandes nomes da música que se aventuram e tentam popularizar formas alternativas de divulgação das músicas. Bons exemplos, o White Stripes lançou há dois anos uma edição especial do sexto CD da banda/dupla em pen drives para colecionadores. Outra boa tentativa? O Radiohead que lançou o In Rainbows pela web e permitiu que o consumidor escolhesse quanto gostaria de pagar. Nessa brincadeira a banda faturou milhões. Outro exemplo? Madonna. O CD Confessions on a dance floor tem todas as faixas emendadas (não seria uma crítica a sociedade MP3?). No Brasil também temos bons exemplos. O Pato Fu fez a divulgação e venda do último cd todo em bancas de jornal. Enquanto isso as grandes gravadoras se perdem em tentativas frustradas. A última estratégia foi o lançamento de digipacks e music packs, que são as edições dos cds com menos faixas e sem material gráfico (nem preciso dizer que se for pra comprar um CD sem encarte, é melhor baixar). Há quem dia que o vinil irá voltar. Não vejo isso de uma forma ruim. A facilidade de acesso às músicas fez com que a aura artística fosse perdida. Nessas horas a gente entende Walter Benjamin e sua visão sobre a reprodução da arte e a mudança de relação artista/público. Que deixou de ser contemplação e passou a ser consumo. Mas e agora? Como fazer para manter a existência das gravadoras? O Coldplay, por exemplo, quase saiu da EMI no ano passado...mas isso é assunto para outra conversa...Só fica a dúvida no ar....O que será da indústria fonográfica nos próximos anos?

2 comentários:

  1. Da indústria fonográfica eu não sei, mas condenar um internauta a prisão domiciliar é como condenar um ninfomaníaco a ter sexo todo o dia... ridículo... o cara vai ficar preso em casa fazendo o que? Ele teria que ser proibido a acessar a internet isso sim e prestar serviços comunitários RS
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    Eu acho que uma solução para a indústria fonográfica seria estimular a compra de cds aproximando mais o cantor do fã através do álbum. Não sei bem, mas algo que incentivasse o fã a comprar o cd porque em outro lugar não teria aquela informação sobre o artista. Tipo uma revista/diário do cantor, imagens de estúdio e bastidores de shows em faixas multimídias (protegida claro) no cd, sei lá ...

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  2. A comparação da Anna é ótima! Verdade... q sentença é essa? prisão domiciliar só vale se não tiver internet! É obvio q a prisão do carinha não põe fim as transferências de arquivos de forma ilegal, mas é preciso iniciar algum tipo de punição para esses tipos de crime, acho pertinente uma sentença mais severa, servindo assim de exemplo para que casos como esse diminuem!
    Não acho que a indústria da música está dando os primeiros passos para a modernidade, já fomos tão longe que o que acontece agora é um retrocesso! A tecnologia é tamanha e totalmente fora de controle! Pode ser usada tanto para o bem quanto para o mal! É fato que os formatos para cd's estão fadados! A confecção de um álbum não sai barato... obviamente ñ se pode verder o material do artista por uma bagatela! Só o Radiohead mesmo! "quer pagar quanto!!!" rs. que coisa Casas Bahia! A questão é o preço! as pessoas querem tudo de graça! Difíficil aquele q vê o trabalho... a arte impressa em um compact disc!

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