domingo, 27 de setembro de 2009

Não se faz mais funk como antigamente...

O funk virou movimento cultural! Mais uma vez precisei consultar meu dicionário para confirmar se havia algum equívoco nesta frase... Então me deparei com a seguinte definição:

Cultura: Conjunto das experiências humanas (conhecimentos, costumes, instituições etc) adquiridas pelo aprendizado social e acumulados pelos povos através dos tempos.

De repente me dei conta que o funk realmente já foi cultura, mas quando era ninguém do governo dava a mínima. Agora que deixou de ser , ao meu ver, ganhou status de movimento cultural ... quem vai entender...
No meado da década de 90 uma onda funk invadiu o Rio! Quem não se lembra do Rap da Felicidade, o Rap do Salgueiro, o Rap do Solitário entre tantos outros? As letras retratavam o dia-a-dia na favela. O prenconceito, os abusos de autoridade e o esquecimento pelo poder público faziam parte das letras. Já outras falavam sobre a alegria de viver nas comunidades, o pedido de paz e o mais nobre dos sentimentos: o amor. Isso era cultura! A cultura das favelas escrita por quem vivia lá e ouvida por eles próprios. De repente a música desceu o morro e como uma avalanche invadiu a cidade. Letras interessantes, inteligentes, mas com uma forma peculiar de dançar, um tanto sensual... Com o passar do tempo a sensualidade se transformou em vulgaridade e a cultura se esvaziou dando lugar ao erotismo e a violência(que vendem claro!). E assim o funk que pedia paz se tornou um fenômeno engolido e devastado pela indústria cultural...
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Rap da Felicidade

Cidinho & Doca

Eu só quero é ser feliz
Andar tranqüilamente na favela onde eu nasci, é
E poder me orgulhar
E ter a consciência que o pobre tem seu lugar

Fé em Deus... DJ

Eu só quero é ser feliz
Andar tranqüilamente na favela onde eu nasci, é
E poder me orgulhar
E ter a consciência
Que o pobre tem o seu lugar
Mas eu só quero é ser feliz,feliz,feliz,feliz,feliz
onde eu nasci ham...
e poder me orgulhar e ter a consciência
Que o pobre tem seu lugar

Minha cara autoridade, eu já não sei o que fazer
Com tanta violência eu tenho medo de viver
Pois moro na favela e sou muito desrespeitado
A tristeza e a alegria aqui caminham lado a lado
Eu faço uma oração para uma santa protetora
Mas sou interrompido a tiros de metralhadora
Enquanto os ricos moram numa casa grande e bela
O pobre é humilhado,esculachado na favela
Já não agüento mais essa onda de violência
Só peço, autoridade, um pouco mais de competência
Eu só quero é ser feliz
Andar tranqüilamente na favela onde eu nasci, é
E poder me orgulhar
E ter a consciência
Que o pobre tem o seu lugar
Diversão hoje em dia não podemos nem pensar
Pois até lá no baile eles vêm nos humilhar
Ficar lá na praça, que era tudo tão normal
Agora virou moda a violência no local
Pessoas inocentes, que não têm nada a ver
Estão perdendo hoje o seu direito de viver
Nunca vi cartão postal que se destaque uma favela
Só vejo paisagem muito linda e muito bela
Quem vai pro exterior da favela sente saudade
O gringo vem aqui e não conhece a realidade
Vai pra Zona Sul pra conhecer água de coco
E pobre na favela,vive passando sufoco
Trocaram a presidência, uma nova esperança
Sofri na tempestade, agora eu quero a bonança
O povo tem a força, só precisa descobrir
Se eles lá não fazem nada, faremos tudo daqui.
Eu só quero é ser feliz
Andar tranqüilamente na favela onde eu nasci, é
E poder me orgulhar
E ter a consciência
Que o pobre tem o seu lugar

2 comentários:

  1. FUNK DE HJ EM DIA É UMA PORCARIA, SAUDADES DO FUNK ANTIGAMENTE COMO mc marcinho, mc perlla, e blábláh

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  2. Funk de verdade no Rio de Janeiro? SIm, o Rio já teve funk de verdade! Pesquise no youtube sobre a Banda Black Rio.
    O que começou a rolar no Rio na decada de 90 nunca foi Funk, era uma mistura de miami bass com freestyle, agora virou macumba eletrônica.

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