sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Quando as respostas vêem de onde menos se espera...

Para que livro de auto ajuda se, muitas vezes, as respostas vêm de onde menos esperamos... Bom, pelo menos eu, costumo achá-las das formas mais inesperadas possíveis.

Há algumas semanas eu estava conversando com um amigo (que escala montanhas - diga-se de passagem) e revelei a ele que tenho medo de altura. Nossa! Pela primeira vez na vida eu me senti tão idiota ao falar isso... Por que ter medo de altura? É um medo idiota que só me faz deixar de vivenciar experiências interessantes e muitas vezes singulares... Meu amigo respondeu então: "Medo é para ser vencido!". Concordei com ele, mas naquele momento (depois que a vergonha passou) cheguei a conclusão que eu acabei me acomodando nesse medo. Tenho encarado essa fraqueza como uma característica minha. Uma zona de conforto... Embora eu curta uma adrenalina - devido ao meu histórico medo de altura - precisei encontrá-la em outros departamentos de minha vida. A partir dessa conversa me dei conta de que não precisava realmente cultivar esse medo.

No dia seguinte, estava eu no ônibus, lendo o livro "Santos Dumont - Voar é para todos" quando de repente me deparei com o seguinte trecho: Lá em cima seja num dia claro ou tempestuoso, sinto-me a flutuar, fora do mundo. Deixo de ter a visão de uma formiga para finalmente avistar a Terra como uma águia. Parece um grande perigo, por exemplo. voar à noite, mas sinto que faço parte de toda aquela natureza. Plana-se num lugar deserto... Estamos ali sozinhos, a nos encontrar, a escutar nossa alma. Quando a lua cheia se levanta, percebe-se o seu rastro de luz no mar ou no campo, está ali a grande amiga a me acompanhar. Quando estou sem lua, nada para me guiar, nada nos liga mais ao mundo. Estou apenas suspenso pelo motor e pela mão de Deus. Ah, se estivesse sentir o que é voar..."   p.73  

E assim Santos Dumont me convenceu que voar de balão seria uma experiência incrível! Consegui me visualizar voando, sem medo, ao lado dele naquele momento. E aí pensei: Balão? Balão é fora da minha realidade. Parapente seria mais viável... Então continuei o exercício de imaginação. Me imaginei naquele momento em que se dá uma corridinha com o instrutor para levantar vôo. E de repente... Comecei a suar frio dentro do ônibus (não gosto nem de lembrar Rs) e vi que Parapente não é mesmo para mim... Em seguida me recordei que nunca temi avião. E depois de me colocar em variadas situações imaginárias de voo cheguei a conclusão que meu medo não é de altura. Meu medo é de ficar sem chão... E não é a mesma coisa? Você vai me questionar caro leitor. Não é! O voo livre me desespera (se tirolesa já me assusta. Imagina uma asa delta?), porém o voo em algo em que possa fincar meu pé (como avião, helicóptero e balão) - pelo menos nas minhas viagens imaginárias - acho que mesmo, gelando no início, conseguiria encarar ... Ao identificar que o medo é da falta de chão, eu percebi como sou uma pessoa realista e que gosto de me manter no comando (nem que seja do meu próprio corpo...). Vai dizer que esse livro não valeu, para mim, mais do que qualquer best seller de auto ajuda... Confesso que tenho pré-conceito com esse tipo de publicação. Enfim, acredito que as qualidades e limitações são individuais e não há receita de bolo para ser feliz. Sem contar que meu conceito de felicidade não é o mesmo que o seu... Bom, isso seria assunto para outro post não é?

Claro que lembrei de "Sonho de Ícaro" do - praticamente vizinho - Biafra

E por falar em Biafra relembre  " O Pesadelo de Ícaro"